Aliados

quinta-feira, 28 de março de 2019

Vida da minha Monalisa

Estava morando há dois anos em Paulo Afonso, Bahia. Sentia-me sozinha, distante. Resolvi procurar um filhotinho pra alegrar e preencher meus dias. Na época trabalhava com um grupo de professores e músicos da região. Solange, uma professora e artesã, me ofereceu uma das crias da Lili. Depois de 40 dias fui busca-la. Pequenina, temerosa, carinhosa: Monalisa.


Que com os anos passou a ser uma cachorrinha destemida, parceira, carinhosa. Uma baianinha porreta!
Essa raça é uma graça. Curiosa caçadora de camundongos. Foram várias mudanças de cidades e casas. E Moná, Neguinha... Sempre disposta e parceira. Na sua vidinha, teve poucos dias tristes. Dores no quadril, problemas digestivos e saudade do paizinho humano dela (Leandro). 
A vida foi muito grata comigo e com a Monalisa. Ela me proporcionou momentos únicos e  maravilhosos. Conhecíamos bem uma a outra. No dia X,  bem cedinho, ela estava latindo sem parar de forma estranha. Abri a porta de casa e lá estava ela, se arrastando com as patinhas dianteiras e as traseiras paralisadas. Tremia de frio e chorava de dor.
Nos despedimos com olhares de gratidão no dia 11 de outubro de 2018. 
14 anos de parceria.  









Cade minha carteira?

Turma gigante. Alunos agitados. Chego na sala e percebo que a aula vai ser looonga! vamos para sala de cultura. Explico que as atividades são livres e que ficarei observando atentamente o comportamento e entrosamento dos mesmos. "Professora, posso fazer nada?" Respondo: "Nada pode ser muita coisa, aluno."

A turma de quase 40 dividiu-se tranquilamente. Um deles me pediu, quase que numa súplica, para ir buscar o seu jogo na sua casa que fica ao lado do Instituto. Confirmo autorização. Ele volta em exatos 8 minutos. 

Galera dos jogos. Galera da luta. Galera do tênis de mesa. Meninas escutando música. Fones de ouvido. Tatames no chão. Observações e comentários das meninas sobre o jiu-jitsu dos meninos. Relógios, carteiras, celulares e até dinheiro jogado na mesa. Um deles indaga: "Professora eu não estou achando a minha carteira. Deixei ali, sob os colchonetes e tatames empilhados, junto com outros objetos." Momento tenso. Fizemos uma busca quase silenciosa. Nada. Paro as atividades. Relato o ocorrido. Peço para que ajudem na operação carteira sumida. Pergunto se ele tem certeza de que trouxe a carteira para a sala. Afirma que sim. Peço que repita os passos feitos por ele antes do intervalo. Ele faz mentalmente. Fala do mini auditório. Foi até a cordenação. liga para o pai. final da aula chegando. 

Clima terrível na sala. Desconfiança. Fico pensando no que fazer. Chamo atenção novamente. Os alunos sugerem mostrar as mochilas. Não posso exigir esse tipo de constrangimento. Argumento. Eles sugerem que eu olhe as mochilas. Mais buscas. Pai quase inconformado. Aluno pronto prá fazer um boletim de ocorrência. Peço para que ele passe no tal mini auditório... É... Estava lá. Aluno se desculpou com a turma. Comigo. Foi bem chato. Passou.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Brincadeira de criança

Acho que umas das coisas mais maravilhosas de ser criança é o faz de conta! O Imaginário infantil é fantástico. Um universo cheio de simbologia e sentido. 
Anos atrás, ainda na faculdade, trabalhava numa escola técnica no interior do Estado com alunos do ensino fundamental (1ª série). Tinha um espaço físico muito bacana e algumas salas e corredores que não eram utilizados. Resolvi levar os alunos para uma misteriosa capela. Passamos por um corredor cheio de móveis empilhados, (arrastando-nos pelo chão), passamos por cima de carteiras enfileiradas, entramos em armários e esconderijos. Fomos a capela, contei algumas histórias imaginárias e subimos prá uma sala vazia (que ficava sob a direção da escola). O caminho despertou vários sentidos. Estávamos sozinhos (eu + 19 alunos). 

Uma corda esticada vira uma cobra. Duas cordas alinhadas viram as margens de um rio. Enfim... Imaginação, tempo e disposição são elementos fundamentais para tornar as brincadeiras atrativas para crianças e crianças grandes.



segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Cruzeiro

Viajar é necessário. Eu viajo muito a trabalho. Gosto. Apesar de cansativo adoro o que faço e a parte de viajar pelo Estado de Santa Catarina ainda é empolgante. Mas esse assunto de viagem a trabalho será uma outra postagem.
Viajei em família num Cruzeiro com o Navio Preciosa. Alem de divertido e seguro as acomodações são incríveis e luxuosas. Foi minha primeira vez. Adoro o mar. Assistir o por do sol em alto mar é um espetáculo real e divino. As cabines do então Preciosa eram também de encher os olhos. Cada andar com suas peculiaridades. Cinema, cassino, teatro, restaurantes temáticos, piscinas e escadarias dignas de filme estrangeiro.
Um Hotel itinerante. Dormíamos numa cidade e acordávamos para um café pra la de reforçado em outro lugar paradisíaco.









E você? Viaja?

domingo, 23 de setembro de 2018

Segregação adjetivada generalizada

Tenho amigos de esquerda pacíficos e flexíveis. Outros nem tanto.
Tenho amigos de direita insuportáveis. Outros que ficaria horas discutindo sobre a vida.
Trabalho com miltares e civis. Homens e mulheres de idades diferentes. Velhos jovens e jovens velhos.

Conheço idoso chato.
Pessoas bondosas demais.
Crianças maldosas.

Tenho amigos que fumam maconha e são pessoas leais e responsáveis. Outro que faz campanha anti drogas que fuma e oferece drogas.

Amigas que ja fizeram abortos e que adoram crianças e a vida.

Amigos empresários, homossexuais, evangélicos, ateus, espíritas.
Ando meio intolerante. Quem conversa comigo diariamente sabe disse. Minha intolerâcia com o óbvio tá difícil de disfarçar.

Venho escrever aqui sobre a segregação adjetivada generalizada.

Difícil pra mim escutar ou ler:

Esses jovens não tem nada na cabeça.
Homossexuais são promíscuos.
Servidor público não trabalha.
Evangélicos são pessoas confiáveis acima de qualquer coisa.
Todo brasileiro é corrupto.
O povo aceita tudo.

Todo homem é machista ou são todos iguais.
Todo político é corrupto.
Todo empresário é ladrão.
Médico só que ganhar dinheiro.
Jogador de futebol é burro.

Paulistas, Gaúchos, Nordestinos såo ...

Enfim, quando a ofensa observada começa por um grupo, classe, raça, religião, partido, gênero, etnia, profissão ou o que for, não escuto nem consigo dar credibilidade ao comentário.
Cada pessoa faz suas escolhas. Sem julgamentos gerais, por favor.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Sua Voz e Violão

Nossa!
Faz um tempo que não escrevo por aqui. Muitas coisas boas aconteceram. Mudanças, viagens, mudanças internas, viagens internas. E hoje venho falar de música. Participei de um encontro com o Dr. Carlos Catuípe Jr. de Inteligência Emocional. Entre tantos assuntos, a música estava em foco. Musicalidade, musicaterapia. Ele nos apresentou um canal no Youtube chamado "Sua Voz e Violão". Um karaoke com violão e arranjos bem bacanas.
 A música tem esse poder. Ritmo, letra ou ritmo e letra.  Faz você lembrar pessoas, lugares e momentos inesquecíveis. 
E eu pergunto: Qual o valor da música? Bom, dizem ser imensurável. Concordo. Quando gosto de uma música escuto-a inúmeras vezes. E cantar sendo acompanhada por arranjos bem elaborados de violão é terapia para alma.

Bora cantar!?


sábado, 5 de abril de 2014

Despedida da Kombi

Há alguns dias vi este vídeo de despedida da Kombi e lembrei que ela também fez parte da minha vida. Em 1992, eu mais uma turminha de Tubarão e Jaguaruna, íamos estudar em Criciúma acomodados numa Kombi Azul. Muitas histórias se passaram dentro daquela companheira de estrada! Sustos, atrasos, amizades, estudos, segredos, apertos, risadas e muita, muita música e diversão. 
Saíamos finalzinho da tarde e no rádio tocava as mais pedidas. Uma canção que sempre vem na lembrança quando vejo uma Kombi é Vento Ventania do Biquini Cavadão que ficou semanas como a número 1 das nossas cantorias... Me leve sem destino... 
Com certeza, depois que assisti ao vídeo, percebi que são muitas as histórias relacionadas com os 56 anos da Kombi. 
Ela não será mais fabricada devido as novas normas estabelecidas pelo CONTRAN que impõe que todo carro nacional, ao sair de fábrica, tenha  ABS e airbag. 
Tem uma matéria bem interessante AQUI


Com certeza este utilitário irá deixar saudades.


domingo, 30 de março de 2014

Simples, fácil e comum - Do Livro: A graça da coisa, Martha Medeiros


Esqueceram o livro A graça Da Coisa aqui em casa! Leio bem devagar, saboreando cada frase. Hoje, um domingão maravilhoso de outono, resolvi postar o Simples, fácil e comum.  


Tenho mergulhado numa questão que parece prosaica, mas é de importância vital para melhor conduzirmos os dias: por que as pessoas rejeitam aquilo que é simples, fácil e comum? 

O mundo evolui através de conexões reais: relacionamentos amorosos, relacionamentos profissionais e relacionamentos familiares – basicamente. É através deles que nos enriquecemos, que nossos sonhos são atingidos e que o viver bem é alcançado. No entanto, como nos atrapalhamos com essas relações. Tornamos tudo mais difícil do que o necessário. Estabelecemos um modo de viver que privilegia o complicado em detrimento do que é simples. Talvez porque o simples nos pareça frívolo. Quem disse? 

Não temos controle sobre o que pode dar errado, e muita coisa dá: a reação negativa diante dos nossos esforços, o cancelamento de projetos, o desamor, as inundações, as doenças, a falta de dinheiro, as limitações da velhice, o que mais? Sempre há mais. 

Então, justamente por essa longa lista de adversidades que podem ocorrer, torna-se obrigatório facilitar o que depende de nós. É uma ilusão achar que pareceremos sábios e sedutores se nossa vida for um nó cego. Fala-se muito em inteligência emocional, mas poucos discutem o seu oposto: a burrice emocional, que faz com que tantos façam escolhas estapafúrdias a fim de que pelo menos sua estranheza seja reconhecida. 

O simples, o fácil e o comum. Você sabe do que se trata, mas não custa lembrar. 

Ser objetivo e dizer a verdade, em vez de fazer misteriozinhos que só travam a comunicação. Investir no básico (a casa, a alimentação, o trabalho, o estudo) em vez de torrar as economias em extravagâncias que não sedimentam nada. Tratar bem as pessoas, dando-lhes crédito, em vez de brigar à toa. Saber pedir desculpas, esclarecer mal-entendidos e limpar o caminho para o convívio, ao invés de morrer abraçado ao próprio orgulho. Não gastar seu tempo com causas perdidas. 

Unir-se a pessoas do bem. Informar-se previamente sobre o que o aguarda, seja um novo projeto, uma viagem, um concurso público, uma entrevista - preparar-se não tira o gostinho da aventura, só potencializa sua realização. 

Se você sabe que não vai mudar de ideia, diga logo sim ou não, para que enrolar? Cuide do seu amor. Não dê corda para quem você não deseja por perto. Procure ajuda quando precisar. Não chegue atrasado. Não se envergonhe de gostar do que todos gostam: optar por caminhos espinhentos às vezes serve apenas para forçar uma vitimização. O mundo já é cruel o suficiente para ainda procurarmos encrenca e chatice por conta própria. Há outras maneiras de aparecer. 

Temos escolha. De todos os tipos. As boas escolhas são divulgadas. As más escolhas são mais secretas e, por isso, confundidas com autenticidade, fica a impressão de que dificultar a própria vida fará com que o cidadão mereça uma medalha de honra ao mérito ao final da jornada. Quem acredita que o desgaste honra a existência, depois não pode reclamar por ter virado o super-herói de um gibi que ninguém lê.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O que faria diferente? Casinha depois de quase 3 anos. Parte 1

Nossa, faz muito tempo que não escrevo. Confesso que não sei porque. Confesso que senti falta de compartilhar coisas, mas deixa de mas e vamos ao que interessa.
Um dos posts mais visualizados é, sem dúvidas, o do muro de vidro. Já indiquei o serviço do Flavio (ESAU) para muita gente, mas... Não colocaria portão de vidro novamente.  Não do mesmo jeito que foi colocado. Faria com uma base de segurança acompanhando o portão por cima, com um trilho que não fosse de alumínio, pois com o peso do portão e eventuais pedrinhas fizeram com que o trilho ficasse irregular e cheio de costelinhas, faria com roldanas aparentes para facilitar a troca e com um tipo de detalhe vazado para passagem do vento... Aqui venta muito! E foi um vento forte, de fazer redemoinhos, e a falta dos detalhes que citei que fizeram o portão se espatifar no chão. Sorte que não machucou ninguém e que ele caiu para dentro do pátio.




Resolvemos colocar um portão de fácil manutenção. Com todas as especificações que queríamos, mas que na época foram achadas desnecessárias. Hoje o portão é de ferro galvanizado, com um trilho mega resistente, com uma base acompanhando seguramente o portão por cima, e as roldanas de fácil troca e manutenção... Ufa!


Base até o final e não só a mão francesa!


Roldanas aparentes
As outras pequenas grandes mudanças conto depois! Espero que em breve.

Eutimia!
Vanessa

sábado, 29 de junho de 2013

William Shakespeare

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
William Shakespeare