Turma gigante. Alunos agitados. Chego na sala e percebo que a aula vai ser looonga! vamos para sala de cultura. Explico que as atividades são livres e que ficarei observando atentamente o comportamento e entrosamento dos mesmos. "Professora, posso fazer nada?" Respondo: "Nada pode ser muita coisa, aluno."
A turma de quase 40 dividiu-se tranquilamente. Um deles me pediu, quase que numa súplica, para ir buscar o seu jogo na sua casa que fica ao lado do Instituto. Confirmo autorização. Ele volta em exatos 8 minutos.
Galera dos jogos. Galera da luta. Galera do tênis de mesa. Meninas escutando música. Fones de ouvido. Tatames no chão. Observações e comentários das meninas sobre o jiu-jitsu dos meninos. Relógios, carteiras, celulares e até dinheiro jogado na mesa. Um deles indaga: "Professora eu não estou achando a minha carteira. Deixei ali, sob os colchonetes e tatames empilhados, junto com outros objetos." Momento tenso. Fizemos uma busca quase silenciosa. Nada. Paro as atividades. Relato o ocorrido. Peço para que ajudem na operação carteira sumida. Pergunto se ele tem certeza de que trouxe a carteira para a sala. Afirma que sim. Peço que repita os passos feitos por ele antes do intervalo. Ele faz mentalmente. Fala do mini auditório. Foi até a cordenação. liga para o pai. final da aula chegando.
Clima terrível na sala. Desconfiança. Fico pensando no que fazer. Chamo atenção novamente. Os alunos sugerem mostrar as mochilas. Não posso exigir esse tipo de constrangimento. Argumento. Eles sugerem que eu olhe as mochilas. Mais buscas. Pai quase inconformado. Aluno pronto prá fazer um boletim de ocorrência. Peço para que ele passe no tal mini auditório... É... Estava lá. Aluno se desculpou com a turma. Comigo. Foi bem chato. Passou.