Hoje venho falar sobre decisões, esforço, paciência e sorte.
Veio de uma família tradicionalmente comerciante. Desde cedo, bem criança, já saia pelas madrugadas acompanhando e auxiliando seu pai na compra de gados. Atendia no açougue, ensacava batatas para poder treinar futebol. Talvez um dos seus primeiros sonhos: ser um grande jogador de futebol. Falo de sonho, pois ele não apenas sonhou, mas correu atrás. Quando tinha mais ou menos 20 anos, arrumou a mochila e se jogou para SP aonde participou de uma peneira em busca de jogadores. Voltou meio assustado com tudo, mas continuou jogando seu futebol. Às vezes é preciso desistir de algumas coisas. Estavam certos de que seu futuro profissional seria uma continuidade dos negócios empíricos da família. Ele, nem tanto. Uma vez perguntei qual a sua lembrança de Natal e ele me disse: as oportunidades que surgiam nessa época, a falta de tempo, as férias que nunca tiravam... Ele e seu pai, em muitos Natais, colhiam o milho e vendiam cozido no centro da cidade.Uma das minhas lembranças de Natal, é justamente o aroma e sabor que desfrutava nas idas ao centro dessa mesma cidade. O tempo passou, muitas coisas vieram: de açougueiro a loja de peças de bicicleta, cantineiro a quiosque de batidas de frutas em eventos... Até que começou a busca por estabilidade. Vendo seu pai envelhecer e ainda tendo que trabalhar como jovem, resolveu, quase que em segredo, vender a cantina que seu pai lhe dera. Mais uma vez nada foi fácil. Já casado, depois de 1 mês, fez as malas foi para o Rio de Janeiro para buscar uma vaga no serviço público federal.

No Rio encontrou: incertezas, desafios, medo, saudade e mais incertezas. A única certeza era que agora não tinha renda e que dependia de muito esforço, paciência e uma boa pitada de sorte. Esforço, paciência e sorte. Tá aí 3 coisas que sempre o acompanharam.
Continua...